sábado, 24 de agosto de 2019

O mundo aqui dentro


De dentro pra fora
É como tudo começa
Do maior sentimento
A uma simples conversa

De dentro pra fora
É assim como nascer
Pensar antes de falar
Viver antes de morrer

De dentro pra fora
É como deve ser
Uma decisão tomar
Ou uma roupa escolher

De dentro pra fora
É você ser quem é
Respeitar o que sente
E aceitar a vida como é


 Allan Kemps Pontes Ferreira

domingo, 11 de agosto de 2019

Nossos versos...



Roda viva

Caminhar, viver sem pressa
Numa manhã como essa
Fazer planos, cumprir promessa
Ver o que um sorriso expressa

Os anos vão, o tempo ensina
E a gente, enfim, atina
Que a vida é como uma menina
Com riso ou choro, ela é divina

Enquanto a gente se distrai
Caminhando a vida vai
E do céu, um mimo cai
Com prazer, eu vou ser pai!

Como é bom sentir a brisa
É quando a natureza avisa
Que ela nunca paralisa
"Com amor, aí vem Maysa".

(O primeiro dia dos pais)
Allan Kemps Pontes Ferreira


A vida 

A vida é cíclica.
Hoje aqui, amanhã além...
Hoje lágrima, amanhã riso...
E o ontem!? um conjunto de tudo isso...

A vida é renovação.
Ontem filho, hoje pai
E amanhã!? Avô!
É o que renova o coração.

A vida é lição.
Ontem não nos compreendíamos,
Hoje somos como irmãos...
Amanhã, com Maysa, um só coração!

A vida é renovação!


José Antonio Ferreira da Silva

sábado, 10 de agosto de 2019

Vida leve




Sonho com uma vida de paz
Ser humano e ser capaz
Inteligente e perspicaz
Pra saber o que me apraz

Um jeito simples de viver
Os problemas resolver
Bons amigos conhecer
E até ter pra onde correr

Ter otimismo e fé
Sentar, tomar um café
Levantar, andar a pé
Falar e ouvir, cantar até

Tomar um vinho, em noite fria
Brindar, abraçar, com alegria
Sentir, viver, sem covardia
Tudo mais leve, como poesia.

Allan Kemps Pontes Ferreira

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Viver!


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Viver!
Pra ver o dia amanhecer
Sentir o ar e respirar
Pra sentar e conversar
E o coração aquecer

Viver!
E um sonho realizar
Um sabor experimentar
Ter história pra contar
Quando nada mais restar

Viver!
E ver o sol raiar
Planejar e executar
Ter fé e acreditar
Que tudo vai funcionar

Viver!
Viver também é chorar
Ou quem sabe mergulhar
Num rio escuro ou no mar
Quando a tristeza chegar

Viver!
Pra correr e escapar
Do que a gente não gostar
Ir pra longe, caminhar
De outro modo enxergar

Viver!
É um eterno superar
De tanto a vida mudar
E a gente se adaptar
Viver é mesmo de arrepiar


Allan Kemps Pontes Ferreira


segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Meu medo



Meu medo é ser mortal
Caminhar sem rumo
Me sentir no outro mundo
Receber um sinal

Medo! Medo de ser igual
Da loucura passional
Do tédio racional
Medo enfim, de uma vida radical

Tenho medo de ser personagem
De viver numa viagem
De não sair do lugar
Medo de ser normal

Ah, meus medos!
Posso contar nos dedos
O medo do anoitecer
De sentir, de sofrer
De não escrever o final.

Allan Kemps Pontes Ferreira

domingo, 28 de julho de 2019

Encontro nostálgico


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“Será possível continuar o mesmo, depois de se enxergar no retrovisor dos anos?

O grande Chico Buarque, em uma de suas lindas canções, disse que “É desconcertante rever um grande amor”, a minha impressão é que isso nos ocorre como uma forma de nos despirmos da nossa vida atual. Como se, de repente, nós nos encontrássemos com uma versão de nós mesmos anos atrás. Você poderia ver isso como atrativo, ora, é sempre bom reviver ou relembrar nossa juventude; certo!? Creio que nem sempre...
            Outro dia, um amigo me disse: “tudo isso estava morto para mim, até ontem...”, contava ele, surpreso e ligeiramente nostálgico, que depois de uma fortuita conversa de WhatsApp com uma antiga namorada. Nesse caso, ele não a reviu, apenas trocou algumas palavras depois de anos de afastamento e silêncio, ficou desconcertado, ainda assim, conforme cantou Chico.
            O desabafo seguiu, ele me contava, ainda surpreso, sobre o que aquela conversa inesperada o causou, “Uma inquietude”, definiu ele. “No mínimo”, eu comentei. Quando a vida nos apresenta a nossa própria imagem, numa versão divergente da que vivemos agora, a confusão é quase certa. Meu amigo e seu antigo caso tomaram rumos distintos, a vida seguiu, os anos passaram, ambos construíram uma vida ao lado de um novo par. Suponho que, daí se dê a tal “inquietude”.
            Num primeiro momento, a tentativa de comparação entre o passado e o presente se torna inevitável, posto que do presente, nós conhecemos cada pedra do caminho, cada defeito e cada desgaste. Contudo, ao enxergar o passado, outrora interrompido, temos a vaga sensação de saudade dos bons momentos e, até mesmo, de tudo que desconhecemos, aproveitando a alusão ao modismo: “Saudade do que a gente não viveu.”.
Tais lembranças e pensamentos funcionam como gatilhos para nossa inércia em enfrentarmos nosso cotidiano. Este, no caso do meu amigo, anda bem sofrido. Iludidos ou deslumbrados com nossa viagem ao passado, nós, numa instantânea melancolia, enxergamos o presente com certa tristeza ou como cantou Guilherme Arantes, em um de seus clássicos: “Não estou bem certo, que ainda vou sorrir. Sem um travo de amargura...”
Amargura essa, faz-nos atentar sobre nossa vida atual, sobre como temos vivido e sobre o que, de fato, alimenta nossa relação. Meu amigo enxergou a sua carência de afeto, diante da escassez cotidiana. Notou então, que o que o mantém preso àquela relação não é, necessariamente, o afeto. Mas o respeito ou a conveniência. De repente, pensou em jogar tudo pro alto e quem sabe reencontrar-se com sua versão de tempos atrás. Seria possível? Mistura de sentimentos, inquietude, saudade, tristeza ou, simplesmente, carência. Tudo aflorado numa simples conversa. É mesmo desconcertante, não?

Allan Kemps Pontes Ferreira


sábado, 20 de julho de 2019

Negócios inacabados


"Quando a dependência do passado ofusca o nosso presente."

O inconfundível Belchior, em uma de suas letras geniais, disse que: "O passado é uma roupa que não nos serve mais". Aproveitando a alusão, suponho que com o passar do tempo, nós mudamos de tamanho e formato, em todos os sentidos. Mudamos de aparência, de opinião, de estilo, de comportamento, de hábitos… A vida nos acompanha, e, assim, mudamos de amigos, de trabalho, de cidade e de amores. 
Sabemos que a direção que a vida toma, nem sempre é guiada, conscientemente, por nós. Circunstâncias das mais diversas nos levam para rumos inesperados, na nossa vida pessoal, profissional e afetiva. De repente, notamos que ao nosso redor, não tem mais nada do que estávamos acostumados a ver cinco ou dez anos atrás.
Ficamos com a impressão que tudo é rotativo, os momentos, as experiências, até as pessoas. O poeta português, Fernando Pessoa, disse que: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Acredito que seja a impressão do poeta, acerca da impossibilidade de controle das rédeas da vida.
Já no terreno das relações afetivas, podemos ver que toda essa rotatividade nos traz uma grande confusão, pois não nos acostumamos a enxergar os relacionamentos como cíclicos. Com a transitoriedade e a multiplicação das relações, a vida tende a nos apresentar pessoas que nós já conhecemos, na forma de personagens novos, agora chamados de “ex-”, que levam este nome para registrar que fazem parte do nosso passado, pelo menos dessa forma desejamos.
Estes personagens, a quem apelido de Fantasmas, costumam ser a cereja do bolo de nossa confusão, fazem parte de uma vida que não é mais nossa, foi. Nós não somos mais os mesmos; eles, também não. Contudo, somos traídos por nossa mente, através de pensamentos que confundimos com lembranças; Estes, não necessariamente são reais, mas surgem a partir da nossa insegurança em seguir em frente.  Terminam, dessa forma, ofuscando nossa capacidade de enxergar novas possibilidades, conhecer outras pessoas e viver novas experiências. Trocando em miúdos, é como se durante uma caminhada, ao tropeçarmos numa pedra, nós, em vez de a deixarmos para trás, decidíssemos carregar tal pedra o restante do trajeto, fazendo com que a caminhada fique cada vez mais árdua e cansativa. Porém a vida é cheia de escolhas... Deixar ou carregar tal pedra é com você...


Allan Kemps Pontes Ferreira